domingo, 12 de maio de 2013

A miséria de um consumismo opulento


Uma importante teoria do crescimento econômico defende que o consumo de massa é a última etapa que o coroa. Seria uma espécie de termômetro que sinaliza o aquecimento máximo da produção industrial e consumo de bens duráveis. Nesse estágio, haveria aumento da renda da população gerando demanda suficiente para sustentar o nível da oferta de bens. Então, se é preciso um alto consumo para crescer, o consumismo é desejável para que o país abandone o estigma do subdesenvolvimento?
Um alto nível de consumo estimularia a produção gerando empregos, aumentando a renda e formaria o círculo virtuoso da atividade econômica, mas não podemos deixar de considerar que também pode gerar inflação, endividamento e a insustentabilidade em longo prazo. Quando o assunto é consumo, há um problema muito mais complexo que se oculta sob as leis econômicas e que deve ser cuidadosamente analisado além das aparências e é esse o objetivo desse texto: dissertar sobre as causas que antecedem e impulsionam o consumismo.

sábado, 4 de maio de 2013

A tese e a antítese

Eis que finalmente alcançamos o entardecer da era moderna. O mundo novo envelheceu. A corrosão do tempo atingiu o coração do sistema tornando frágil o vigoroso gigante. Ante o monumento vislumbra-se o poder e a potência de algo que se apresenta como intransponível, absoluto, permanente. Crises, ciclos e todas as ordens prevendo apenas a única lei possível: a de que o capital manteria a sua centralidade ainda com mais vigor. Lei; fato observado; verdade estabelecida; regra inviolável - não fosse a existência dessa espiã que a sequencia dos fatos persegue: a história.
Pudera o registro da história se apoderar dos fatos de tal maneira que o presente fosse nominado, contextualizado e processado positivamente de tal maneira que fosse possível afirmar: estamos atravessando tal ou tal período. Ou de outra forma: se finda mais uma era! eis a nova que se apresenta! assisto ao nascimento de um novo sistema cuja ordem em muito difere do precedente! Mas nada disso nos é ofertado. Temos apenas uma intuição histórica de que algo novo nos sucede, de que alguma transformação se desponta, de que o existente engendra-se ao que se estabelece. A morte não é estanque; é um processo. Processo que anuncia a chegada de algo e a partida do que ainda vive. Enquanto processo não pode ser definido, não deve ser conceituado. O passado não se extingue e o futuro não se divorcia dele. Tudo é transformação, evolução, progressão, por isso nossa dificuldade perceptiva porque o caos faz parte do ciclo de renovação, de reconstrução e não há linearidade nos movimentos.